Internacionalização do território e das riquezas brasileiras

Publicado por Ana Lacerda em

Não é de hoje que as terras brasileiras estão na mira de grandes organizações internacionais. As razões são diversas e os objetivos são nebulosos. Enquanto produtores rurais do Brasil passam por dificuldades para se adequarem a uma legislação extremamente rígida e precisam lidar com insegurança jurídica e ataques constantes, existe um forte movimento de outros países com o intuito de adquirir terras e gerir riquezas nacionais.

Fundamental ressaltar que não se trata de recusar investimentos internacionais no Brasil. O capital estrangeiro é bem-vindo. A preocupação é que tanta interferência não inviabilize o trabalho e a produção local. Precisam estar muito bem estabelecidos os limites, vantagens e desvantagens a curto, médio e longo prazo.

Outro ponto que levanta questões importantes é compreender porque os investidores voltam-se tanto para o Brasil, enquanto outros países produtores mundiais não despertam o mesmo interesse.

Já falamos nesta coluna (leia aqui) sobre as repetidas intervenções europeias na Amazônia. Não custa rememorar que muitas empresas do exterior alocaram-se aqui, construíram mineradoras, além de realizarem todo tipo de exploração e, em consequência de não respeitarem as normas, respondem por muitos crimes ambientais.

É preciso estar atento também à atuação de determinadas Organizações Não Governamentais – ONGs que, em regra, não prestam contas a nenhuma entidade de competência fiscalizadora; são financiadas por dinheiro público e acabam por se alinhar com interesses dos concorrentes do Brasil no mercado internacional de produtos agropecuários. Cabe a reflexão de que se as ONGs lidam com matéria tão relevante, é imprescindível que sejam devidamente regulamentadas. Demanda básica de moralidade e legalidade.

“A preocupação é que tanta interferência não inviabilize o trabalho e a produção local”

Ainda com relação a atores externos estabelecendo relações de muito poder sobre o Brasil, é impossível deixar de citar a China. Ademais das já numerosas e conhecidas interferências, recentemente, a Cofco International, trading de commodities agrícolas do grupo chinês de alimentos Cofco, estabeleceu como meta rastrear 100% da soja que compra diretamente de fazendas no Brasil até 2023.

Estamos diante de uma verdadeira invasão sob o pretexto de controlar a preservação ambiental. Os ares são de dominação chinesa sobre o produtor rural; de conquista de espaço e de terror em relação ao proceder dos trabalhos do cotidiano no campo. Uma nítida tentativa de assumir a produção de alimentos no Brasil, tornando-o, mais uma vez, uma colônia.

É urgente que o Brasil retome o controle de suas terras e riquezas. A política deve se organizar no sentido de valorizar nosso povo, de fomentar a produção local para que aqueles que vivem aqui possam continuar trabalhando e desenvolvendo o Brasil. A proposta deve ser diferente da que vem ocorrendo. Não é a China que deve fiscalizar o produtor com esses movimentos que podem afetar e muito a vida de todos os brasileiros. Nosso País deve controlar a abrangência do poder estrangeiro aqui. Nunca é natural que a visita dite as regras da casa.

Fonte: rdnews.com.br

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