Desenvolvimento do agro e a sustentabilidade
Estamos em tempos de progressivas preocupações com o meio ambiente e os recursos naturais. É claro que elas são muito válidas e necessárias. O que acontece é que muitas dessas discussões ficam no raso e no senso comum de forma equivocada e costumam apontar, sem mais avaliações, um vilão como antagonista principal: o agronegócio.
Esse pensamento emerge da falta de informação sobre o tema. A respeito desse mesmo assunto, o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu, semana passada, a convergência entre meio ambiente e agronegócio. Para ele, é possível chegar a um equilíbrio entre a sustentabilidade e o setor produtivo. A ideia é discutir e aprovar propostas legislativas no sentido de conciliar os interesses do agronegócio com a proteção ao meio ambiente, uma vez que as agendas não devem ser opor.
Em declaração pública, o Presidente da Câmara afirmou que “nosso papel, até o final de 2020, é integrar a agenda do meio ambiente com a do agronegócio”. Para que o diálogo aconteça, de fato, foi criado um grupo de trabalho integrado tanto por deputados ambientalistas, quanto pelos do agronegócio, buscando pontos de convergências e caminhos possíveis para os eventuais impasses entre os interesses das áreas, que, em última instância, são complementares.
Em setembro, Rodrigo Maia deu início a uma comissão externa, com parlamentares de partidos diversos, a fim de estudar as políticas ambientais e seus respectivos impactos na economia.
Com o intuito de mostrar que realmente haverá voz e vez para todas as pautas, são membros da comitiva: o coordenador da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS) e o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP).
Nesse sentido, o deputado Alceu Moreira almeja o selo verde, mostrando ao mundo que no Brasil se produz alimento com sustentabilidade.
“A reunião é demonstração de maturidade do parlamento brasileiro, de todos os segmentos que defendem o mesmo caminho, o do crescimento da nossa economia, o desenvolvimento ainda maior do agronegócio e o respeito ao meio ambiente. A convergência existe”, disse o Presidente da Câmara.
Vale pensar ainda que, muito distante de serem contrárias, as demandas do agronegócio e do meio ambiente são complementares. E longe de querer a depredação ambiental, as necessidades do agronegócio seriam inviáveis sem os recursos naturais preservados. Para ambos os setores, quanto mais equilíbrio, melhor.
Outra questão que é importante pontuar é que entrar em consenso nem sempre significa unanimidade. O conflito de ideias pode até surgir, mas é imprescindível buscar caminhos que atendam as demandas de maneira equilibrada, propiciando o desenvolvimento do país, de modo sustentável.
É sabido que o agronegócio é um dos setores de maior relevância para a economia brasileira, principalmente em Estados como Mato Grosso, conhecido como agroexportador.
Não se pode deixar de lado a contribuição valiosa de muitos setores da cadeia produtiva do agronegócio, considerando que exigem o uso de máquinas, equipamentos, insumos, tecnologias e pesquisas, entre outros elementos para melhorar os índices de produtividade.
Como consequência, tem-se a geração de emprego e renda, a produção de alimentos, a elevação do Produto Interno Bruto (PIB), o bom saldo da balança comercial e a conquista de espaço no mercado nacional e internacional por intermédio da grande quantidade e qualidade de produção e exportação.
O crescimento do setor do agronegócio brasileiro está diretamente ligado à abundância de recursos naturais, ao aumento da produtividade, às novas tecnologias e às linhas de financiamento. O que contribui com o progresso em geral, e faz com que o setor tenha interesse também em preservar, até mesmo para não se enquadrar como descumpridor da legislação concernente em vigor: as práticas que conciliam desenvolvimento econômico à preservação do meio ambiente transformaram-se também em sinônimo de competitividade no mercado empresarial.
Quando se pensa em sustentabilidade, não se deve pensar unicamente na natureza, são inúmeros outros fatores que compõem o conceito, trata-se também de investir em tecnologia e ciência. É por meio do avanço das pesquisas que rendimentos mais altos e com menos impacto são alcançados. A eficiência na produtividade como um todo gera consumo mais consciente de insumos agrícolas e a garantia de melhores condições de vida e de trabalho para toda a sociedade.
Que o meio ambiente e o agronegócio encontrem realmente caminhos para uma coexistência harmônica e pró-desenvolvimento do país. Que seja o Brasil pátria verde e próspera.
Fonte: rdnews.com.br
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